quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Meus camaradas , a baixo seguem algumas reflexões acerca de declarações feitas sem sala de aula  de maneira desastrada,  pelo professor Rodrigo Estramanho, durante a aula de História do desenvolvimento político do Brasil. Foi muita coisa, mas cometarei só algumas pérolas.

Gostaria de não precisar comentar suas falas, pois elas já falam por sí. No entanto é impossível deixar tamanha aberração passar em branco.

Uma pessoa que ocupa a posição de formador de opiniões, que esta em situação de poder, de autoridade em uma sala de aula deve medir melhor as consequencias de suas falas e atos. Sobre a carapassa de sociólogo, um ser acima das ideologias, o referido professor usa tal poder para confessar sua fé e de certa maneira fazer parecer que qualquer outra linha de pensamentoto de liberdade de expressão.

Ele pode e deve confessar suas fé no sistema liberal, pois tem a liberdade para tanto , no entanto não passa a vontade de sutilmente tentar ridicularizar o socialismo e toda a ideia de igualdade social que tal sistema propõe. Talvez isso explique quando ele diz: "sim ! Sou liberal!", "Sou contra as cotas raciais. Na verdade, sou a favor de cotas sociais". 



"Por que só negros devem ser beneficiados por estas cotas racistas"?


ORA! QUEM MAIS DEVERIA SER CONTEMPLADO COM ESTAS LEIS ALÉM DE INDÍGENAS E NEGROS? Historicamente são os povos que merecem no mínimo este ato como forma de reparação histórica, por todos os crimes cometidos pelos brancos contra os negros e indios, nestes mais de 500 anos de história do Brasil. É uma , dentre tantas outras formas, de inserção social. Não acaba com o preconceito, mas dá uma possibilidade de inserção social que antes não havia.

Uma semana depois, o mesmo professor , me diz que nem é contra nem é a favor de cotas raciais e que é apenas a favor de cotas sociais e não quis participar de debate diante de militantes do movimento pro cotas, alegando que só o faria se este tivesse pessoas de nível academico ou algo produzido no tema, pressupondo que a discussão deste tema só terá relevancia se tiver academicos pensando a questão , desqualificando quem por ventura já for militante da causa e logo , por sua vez, vasto conhecedor do assunto.


O mesmo professor diz que os índios desejam viver como os homens brancos , urbanos. Como ele pode afirmar uma merda destas? Será que ele conversou e ouviu todos os índios do Brasil falar isso?
Assim como o Jeca Tatu tornou-se o estereótipo de homem do campo, do caipira, a figura do índio Sapaim, o famoso curandeiro virou motivo de xacota do professor , que tentava conduzir sua aula, do último dia 20 de fevereiro , defendendo que o indígena quer no fundo ser e ter as coisas  do homem branco, pressupondo que o estilo de vida urbano -ocidental será superior ao do modo indígena de viver, mais comunal. Como um liberal, ele pressupoe que todos querem ser liberais e que inclusive os índios o querem. Não acredito que Eduardo Viveiros de Castro , antropologo especialista na questão indígena o Brasil, ou meu ex professor de antropologia, Gabriel Pugliese compartilhem desta baboseira. O que esperar de um cara que exalta Gilberto Freire e Monteiro Lobato?

 E por fim o "professor" diz: As periferias das cidades brasileiras não são compostas predominantemente por negros e sim por pobres. (!?) 

ORA! E QUEM É QUE FORMA ESTA MAIORIA DE POBRES VIVENTES NAS PERIFERIAS, SE NÃO OS NEGROS?! Sim, há brancos nas periferias, mas o negros formaram e ocuparam as perifrias as favelas e conjuntos habitacionais em todo o país. Os negros ficam alheios ao direito ao lazer , cultura, esporte , educação e trabalho, morando nasperiferias. O projeito de direito de gozo de uma constituição liberal , no Brasil da 1ª República , não preve a participação do negro. Os  iatlianos, armenios, espanhois, alemães e japoneses, conquistaram direitos de cidadãos brasileiro após muito pouco tempo depois de sua chegada ao país. Não só o direito de ser cidadão , mas tamém de ser proprietários de meios de produção, de morar em regiões mais centrais , de acesso a educação , ao lazer, a culutra.

Já os negros já residentes nestas terras, não tiveram possibilidade de se integrarem como cidadãos. Talvez o exercito tenha cido o primeiro lugar onde os negros tenham tido alguma oportunidade na vida.
Já foi diversas vezes provado por diversas instituições de pesquisa e estudos sociais de que entre um negro e um branco da perifieria , o negro sempre se encontrará em situação de maior vulnerabilidade

E o prof. Rodrigo continua sua "aula, em defesa do direito da libertadde de expresão segue dizendo ": "Muitos criticam o deputado Bolsonaro, quando o mesmo faz uso de sua liberdade de expressão para dizer o que pensa, quando o mesmo diz que o Estado não deve interferir no modo como ele educar seu filho".

Sim , somo s livres para pensar e dizer o que pensmos no entanto: Assim como Bolsonaro, faz uso do direito de expressão ao dizer o que pensa sobre seu modo de educação, mas tambem expor seu asco e desrespeito em relação a gays , lésbicas, negros, fato este que atraiu até manifestações de apoio a sua pessoa, feita por skinheads nacionalistas e nazistas na paulista em 2011, Adolf Hitler chegou ao poder pelas mesmas vias democráticas e implantou o sistema responsável pelo maior genocídio da história do seculo XX. Pensemos nisso.





Vale ressaltar que sempre que o sistema liberal se viu (ou se vê) ameaçado, ele irá recorrer as armas e até ao fascismo como forma de manutenção de seu Status quo. Liberalismo e facismo andam sempre lado a lado.

Esta mesma democracia liberal , faz guerras imperialistas. Impõe a violencia de um Estado contra outro. Promove genocídios, o ódio racial, xenofobia. O novo perseguido do momento é o credo mulçumano e as guerrilhas anti imperialistas espalhadas pelo mundo.

Buscando ridicularizar o pensamento anarquista e valorizar o sentimento liberal que ele ostenta, o professor  chega ao cúmulo de dizer que Max Stirner (anarquista vivente do sec XIX) e Montesquieu (liberal tarado) são a mesma coisa", pois ambos querem a independencia do Estado (liberalismo e anarquismo). Pasmem! Eu quase pedi a conta da faculdade , depois disso!

É preciso salientar que Stirner não é levado emconsideração por anarquistas preocupados com a revolução, pois trata-se de um indivíduo egoísta, acima de tudo , um resultado patogenico da construção de um tipo ideial de pessoal que deve servir aos interesses do capital. Ser anaquista, ou mesmo comunista, pressupoe viver coletivamente e ambos sugerem , cada um a seu modo o fim do Estado.

Anarquistas não querem independencia do Estado , querem o fim do Estado. Os liberais não querem o fim do Estado , aliás o Estado é a maior instituição, responsável pela proteção do próprio sistema liberal , por meio de leis criadas pelo e para um Estado liberal. O sistema liberal , na teoria, só não aceita a intromissão do Estado as relações de negócios privados. No entando, desde Keines o Estado é o paisão por trás do filho liberal que o irá acudir em momentos de crise do sistema capitalista. O Estado liberal e suas leis buscam enfim , proteger os interesses da burguesia e não da classe operária. reformas feitas buscando beneficios para a classe operária não foram feitas pensando como quem deseja o bem universal e sim , manter a produção industrial das grandes metropoles e o acumulo de riquesas nas mãos os donos dos meios de produção,  buscando abafar a luta de classes por meio de reformas trabalhistas e coopitação de sindicatos pelegos.´

Isso tudo acima dito não é um mero discurso socialista e sim, uma análise da realidade tal como ela se deu e se dá de fato. Um sistema que se outorga a missão de conseder o direito a liberdade dos cidadão, não pode de fato regorgizar-se na condição de um sistema que promove a liberdade, pois quando alguem determina que outro é livre, significa que esta liberdade só foi concebida por meio da autoridade, autoridade esta depositada no Estado, que determinará as normos de conviveo. Logo a liberdade é uma mentira, pois ela é controlada por normas e regras criadas pelo Estado Liberal (burgues).

E por fim , quando eu pensava que não haveria mais merda a ser ouvida nesta noite do dia 27 de fevereiro de 2013, eis que o professor se lança em dizer que nos Estados Unidos sim se pode dizer que existe a divisão cultural percebida pela musica , tipo Rock pra brancos e RAP pra negros! Que no Brasil não exdiste isto! Que nas periferias de São PAulo, além de não ser composta só por negros, e sim pobres de todas as "cores", não há um movimento Hip Hop altenticamente negro, que o movimento hip hop no Brasil é "colorido". , que abriga todas as raças. Pena que não gravei esta aula.



A musica em geral é universal, ainda que ela represente a manifestações culturais e etnicas distintas e isto também se aplica ao Hip Hop , claro. No entanto, o ilustre professor 'Liberal", branco , clase média, que deixou claro seu racismo e "pré conceitos" em plena sala de aula, mais uma vez ofendeu comunidades inteiras que militam a cultura Hip Hop em São Paulo. Talvez se ele não fosse tão xenofobo, poderia comparecer a Ação Educativa às quintas feiras, este que está a menos de cem metros da faculdade manifesta seu preconceito e ignorancia, ou deixar de ser preguissoço e pegar seu carrinho e se dirigir à Cidade Tiradentes e conhecer o Forum Hip Hop .
http://forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com.br/.

Vejam só meus amigos , esse é o cara que é contra cotas raciais nas faculs.e que se propõe a formar opiniões em uma Escola de Sociologia e Política. Ainda bem , que a maioria dos professores desta conceituada Instituição não são nem de longe como este cidadão.


No final da aula , quando lhe perguntei se estava de pé o debate, onde ele defenderia seu "ponto de vista" em relação as cotas raciais nas universidades, o mesmo disse que só participará se:

1º . o "oponente for professor de curso superior e tiver alguma obra sobre o tema publicada.
2º .  Ele não participará de debate com militantes, ou com pessoas que não  tiverem títulos de mestre , ou que ainda forem apenas professores de ensino médio. 
 e por fim , teve a cara de pau de dizer que não contra nem a favor as cotas raciais, mas que defende as contas sociais. 

Meus camaradas, cansei de fofoca, tirem suas conclusões.




Royo Y Negro





Um comentário:

  1. Olá amigo. Senti o peso das suas palavras, e como trato-lhe por amigo, farei minhas considerações como tal. Compreendo a luta a qual está engajado, e todo o compromisso com esse debate que objetiva tornar as coisas melhores, porém, creio eu, que certos alhos não devem ser confundidos com bugalhos. O que quero dizer, é que a luta não está na sala de aula, ali o propósito é tornar a reflexão pauta de debates como este proposto por você nesse espaço. Partindo dessa lógica o resultado da aula foi demasiado bom. Minha segunda consideração se refere a Monteiro Lobato. Embora creio eu, não haver motivos para discordar que sua posição política era enfadonha, sou uma apaixonada por literatura e julgo que suas obras foram e sempre serão boas, e não falo do Sítio do Pica Pau Amarelo, falo de obras por exemplo como o conto intitulado A Negrinha, que a meu ver era uma denúncia sobre o que ocorria com os filhos e filhas de negros escravos que eram "acolhidos" por senhoras brancas. O tal Jeca Tatu também já foi alvo de minhas críticas, mas hoje vendo toda a literatura que os romancistas produziam naquele momento, creio que foi um importante peso na balança termos Monteiro Lobato produzindo uma ficção em São Paulo de cunho regionalista, retratando tão bem a realidade do sertanejo. Quem ganhou com essa treta fomos nós, apaixonados pela literatura, que hoje podemos escolher entre os romancistas cosmopolitas ou os regionalistas, ou simplesmente nos apropriamos de todas as correntes e fazermos nossas considerações. Monteiro Lobato ilustra o "alhos com bugalhos" acima citado. É difícil criar uma tensão focando o inimigo errado, na minha humilde concepção, fazemos isso muitas vezes e é aí que a militância falha. Descendente que sou de pataxó do sul da Bahia, me sinto no direito de dizer mais: talvez nem todos os índios almejem um padrão de vida tipo comercial de margarina Qualy, mas uma coisa é certa: todos desejam e merecem dignidade para viver. Polemizo mais: se vivemos em uma sociedade onde você é o que você tem (inclusive movimentos sociais reivindicam inclusão nesse processo, inclusão participativa, politica, econômica e social). ENtão porque o índio não haveria de querer? Direito a propriedade aos índios sim.E dar terra ao índio, com cerquinhas que aluzem um padrão de vida tribal, em meio a usinas e águas poluídas, somente para dizer que este índio é nosso, e pertence ao Brasil tal como a Fauna e a Flora? OU dignidade seria proporcionar a estes o livre acesso? Provoco mais e além: os negros descendentes de ex escravo, até hoje sofrem pelo processo pós abolição, onde hoje reinvindicam por cotas. Ora se falamos que inclusão é necessária para o negro, porque exclusão é necessária para o índio? Me parece um pouco egoísmo de nossa parte dizer que ele deve viver como vivia a quinhentos anos atrás, somente para dizermos que não dizimamos "nossos" índios como os americanos fizeram. A exclusão segrega e mata, e na boa, não é isso que desejo aos índios, nem aos negros e nem aos brancos. Se a proposta do Panteras Negras é igualdade, aplaudo de pé. E que a igualdade seja igualitária. Desconfio de todo e qualquer discurso que invalida o outro pela sua situação economica e ou racial.Tem muito branco discutindo a questão do negro, como tem muito negro Pai João, como diria Clara Nunes.
    O lance é, nós defensores que somos da igualdade, passarmos a nos tratarmos por "pessoas" antes de tudo. Afinal, como disse Lima Barreto, se há algo que nos iguala é a doença e a pobreza.

    Fraterno abraço.

    Karina Rodrigues

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